14 de março de 2011

#morreu



Um dia Zeus estava entediado lá no topo do monte Olímpo, quando decidiu viajar ao Brasil e acidentalmente cruzou com a minha mãe, em meados de fevereiro de 1987. Desse encontro nasceu uma semi-deusa chamada Proscrastinante. Seu poder? Deixar pra amanhã absolutamente tudo que pode ser feito  no agora.

Assim eu ilustro minhas demasiadas demoras em fazer tudo que devo. 
Mudar, como? É possível nascer de novo na mesma vida, sem ter que passar por uma experiênia de quase morte? Quando somos leão e domador na mesma carne, nada é fácil de se realizar. Vive-se no impasse, na dúvida, no esperar o outro agir.

Dia da poesia me inspirou. Ah essa ferida viva que é meu coração. Sofro, choro, aborreço. Viver dói. Mas dói mais ainda viver no passado, viver procrastinando a felicidade, a luta, a partida. Viver dói. Mas dói mais ainda ver a vida passar.

Procrastinante morreu.

Meu pêsame, pois dois já é de mais.

Meiri.

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