29 de setembro de 2011

#novo?



Não é dezembro, muito menos janeiro, não é ano novo, nem meu aniversário, mas hoje eu lembrei daquela listinha que a gente faz no começo de todo ano que chega, se enganado, se prometendo, se iludindo que será tudo diferente quando na realidade quase nada muda.
E reler a lista de vez em quando, quem faz? Quem lembra ao longo do ano do que se comprometeu lá no reveillon? A gente se engana que vai finalmente fazer isso ou aquilo, por quê? Pra quem? De que forma uma listinha feita as pressas antes da balada da virada ou da janta em família, se torna realidade?

Arranjar um namorado? Fora da lista. Comprar um carro? Fora da lista. Com o passar dos anos fui sendo mais honesta comigo e diminuindo minha lista de afazeres anual. Até emagrecer aqueles dez malditos quilos a mais eu excluí da coitada. Fui assim me aceitando mais, aceitando mais o acaso e desejando menos o impossível. Quase nada do que acontece em nossas vidas é planejado. A gente até se engaja em fazer acontecer vários dos pontos, como  por exemplo procurar um emprego, mas onde você acaba trabalhando, só o destino sabe. Ou um atleta que coloca como meta ter tais e tais prêmios na estante, para ganhá-los pode demorar anos de muito suor e treinamento.

É tanta atribulação no dia a dia que mal dá tempo de colocar em prática a lista da semana, quiçá do mês. Por isso joguei minha lista de resoluções do ano novo pro alto e bati palma, larguei mão e não me arrependo. Me desapeguei desse ato cultural que tantos fazem pra nada. Porém, tiro meu chapéu com louvor  pra você que leva a cabo a lista, you are the champion!  Ah, e aquela nota de um dólar não fez diferença alguma também dentro da minha carteira, mas essa já é outra história.

Viver o aqui e o agora, sem lista alguma me guiando, é a maior das lições que a vida já me deu. Então, relaxe se você também não consegue colocar em prática aquela listinha que começa quase sempre assim “esse ano eu farei: ...”. Se organizar não significa viver como um cavalo encilhado. E não se iludir mais não significa deixar de sonhar com dias melhores (pra sempre).

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