16 de novembro de 2011

#confesso

"Peso" não define beleza


Sou gorda. É, eu sou gorda, confesso, e agora? você gosta menos de mim porque soube disso? Bem amiga, tem gente que ainda age assim, acredita? Às vezes minha vontade é dizer:  e que te importa o tamanho do meu corpo? É você que paga pelas roupas que eu compro? Daí eles dizem que é preocupação com a minha saúde. Será? será mesmo só cuidado com a minha saúde? Que mania de achar que todo gordo/a é doente. Doente é quem não se importa com a própria vida e inferniza aqueles que são felizes da maneira como são. Seja por acreditar que foi Deus que fez assim, ou culpa do acaso, destino, universo, por serem especilmente do jeito que vieram ao mundo, de um modo ou de outro, sinto que a ciclicidade da história está mais uma vez trazendo à tona que o jeito “normal” de ser não é o padrão no qual você está tão habituada e crê que seja.

Domingo no programa Estúdio Santa Catarina da RBS (filiada da rede globo em SC) que passa após o Fantástico, a reportagem principal era sobre uma  menina exemplo de superação pois ela emagrecera 31 quilos sem cirurgia nem remédios. Nossa, que exemplo! Ok, não é fácil emagrecer, não desmereço o esforço da colega, mas por isso ela virou modelo de alguma coisa? Superação na vida tem a mãe solteira que cria dois filhos sem pensão; o pai desempregado que se sujeita à qualquer sub-emprego para conseguir trazer comida pra casa, ou os avós que com o pouco de aposentadoria que ganham sustetam famílias. Isso sim é superação-modelo-exemplo de alguma coisa valiosa.

Se amar e aceitar-se é a tarefa menos difícil de realizar nessa cruzada moderna que travamos nós - do tamanho fora do “padrão” - diária e constantemente contra os estereótipos. Ao diabo revistas de dieta! Ao inferno ditadura da beleza! A moda não usa tamanho único, por que raios deveria eu usar? Não sou contra, nem faço camapanha para que você seja também, quem queira se arrumar bem, se produzir, vestir-se com estilo. Minha questão não é esta. Sentir-se bem com o corpo que se habita, seja adequado ao “padrão” ou não, é o que eu me refiro. Eu não deio gente magra, muito pelo contrário, mas conheço algumas que deixam transparecer muitas vezes o ódio que sentem de gordos que se orgulham, ou pelo menos não reclamam, de serem assim.

- cada um se respeitando por ser o que é, será que é pedir muito?

2 comentários:

  1. Muito engraçado vir parar no seu blog por acaso hoje. Li exatamente o que precisava ler! Amei e me fez bem! Parabéns! Texto sensacional!

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