13 de novembro de 2011

#stalker



vou de rede social em rede social, clicando no F5 esperando te encontrar online. um mízero olá, bom dia, como vai? já alegra meu tolo coração. eu espero notícias tuas o dia todo. quando você atualiza seu status eu espero que tenha alguma relação comigo. mas não tem. você não se importa. você não me nota. não sou nada mais. você começou uma nova amizade e com apenas um clique fui substituído.

o abismo que as relações virtuais construíu me isola do seu mundo e assola o meu. grito, esperneio, mas não sou ouvido. eu te chamo. eu dou dicas. eu deixo migalhas pelos caminhos, mas você já não me segue mais. é triste ver como não tenho o mesmo espaço no seu dia como nos dias gloriosos de nosso relacionamento, apesar deste ter sido desde o princípio completamente enrolado. eu não deveria te venerar da maneira como faço, mas é inevitável. talvez seja a falta de um deus, da igreja, de ídolos, ou mesmo de livros interessantes para ler. acontece que em minha vida, você foi pior que qualquer vírus que tenha um dia estragado meu computador ou uma formatação sem nada salvo! em frente à tela pareço um adolescente platonicamente apaixonado, babando pela afrodite intocável. adoro a imagem de outrém que não me vê. se eu fosse narcíso, o feitiço lançado sobre mim não teria efeito e o mito nunca teria sido criado. é o outro e sua imagem hipnotizadora que me importa, o eu não existe mais.

infeliz, desolado, me resta te seguir, te observar, ler e reler o que você escreve, ver e ouvir, o que você ouve. louco, doidivano, maníaco e obsessivo. meu vício é o pouco de ti que tenho acesso. aquela foto, aquele escrito. algo que me remeta aos momentos juntos. ao seu olhar, risada, jeito de falar. tento levar meus dias sem esse vício, mas é mais forte do que nicotina. é claro que quero te equecer, mas não agora. por esse momento, me contento com a presença virtual da sua ausência física.

- um link vazio. uma página existente que teima em não abrir.

Meiri.

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