15 de junho de 2016

#zoOo


#gramática


#homemdebarbaebigode


#feito


#chove


#suma














o que é que eu deveria te dizer? 
boa sorte?
e o meu coração despedaçado 
como fica? 
não fica.
não sente.
não chora.
ele não é o seu.
de pedra,
de aço,
gelado.
não, eu não vou te desejar sorte, nem felicidades.
eu quero que você morra.

não, não morra.
morrer é muito definitivo.
mas suma.
suma enquanto refaço e reparo os cacos do que sobrou de mim.

mei

#livroDoAmor



O livro do amor é longo e chato. Poucos são corajosos o suficiente para lê-lo. As linhas não são retas nem paralelas, a letra precisa de aprimoramento caligráfico, as palavras nem sempre significam o que o escritor queria dizer; o narrador diverge entre primeira-terceira pessoa e onisciente. Mas mesmo assim eu adoro quando você o lê para mim. E você pode ler qualquer coisa dentro dele pra mim.

O livro do amor tem música dentro, podemos ouvi-la quando abrimos a primeira página. A cada história ele vai trocando de faixa automaticamente, sem nunca parar. Músicas alegres, tristes, aquelas que te fazem chorar, tocam em volume ambiente e todas tem o poder de te agradar. Inúmeras são as vezes que o deixamos aberto só para poder dançar. Até o dia que o livro se fecha, a música para, e ninguém mais o lê. Você se esqueceu de que ele foi escrito há muito tempo, e foi publicado especialmente para você, sem nunca ter sido finalizado. Ele já está até amarelando, pois você cansou de lê-lo.

Então o livro é novamente retirado da estante. A poeira voa pelo ar, e você abre exatamente na página que deixou para trás, sem precisar de marcador. Relê algumas passagens, sorri discretamente, ouve uma das músicas de sua preferência, até que encontra a sua história favorita. Depois de uma olhada por cima pensa "como eu pude gostar disso?". Pega uma caneta e começa a escrever com o pensamento focado em dar outro final, mas é incapaz de fazê-lo. Ela o cativa novamente.

E assim, resolve escrever um novo conto. Olha algumas páginas em branco e torce para que esta seja a história final do único livro que você muda conforme quer, e que pode esperar até a eternidade para ser lido.


Meiri.

#mandinga


foto minha, em Verona - Itália
prendi seu nome com o cadeado,
amarrei a boca do sapo
ascendi vela, matei galinha
rezei missa, andei de joelhos
amputei pobres coelhos,
paguei outra promessa e nada ainda.

parece que é maldição de gerações.
não sofrerei nunca por amor algum.
apenas sofrerei pela falta de um.


mei.

#sutilezasSutis

sutilezas
sutis que
sutilmente vão me tomando e de
súbito me canso e perco o tesão.
sutilezas
sutis que
somem em meio aos outros
sentimentos apavoram meu
sono e me deixam na mão.
sutilezas
sutis que
suavemente trazem e levam embora a paixão.
sutilezas
sutis que de
sutil nada têm embolam meu ser meu pensar e meu querer
somam-se ao tédio e furam meu chão.
sutilezas sutis ...
mei.

#fim

acabou
mais um.
é, mais um
que termina.
foi difícil?
foi.
foi pesado?
foi.
foi bom?
foi.
aprendeste com ele?
muito, muitíssimo!
ele foi ruim pra mim,
mas também foi gentil.
senti sua falta na ausência,
seu calor na presença,
e chorei com as desavenças.
terminamos porque havia de ser.
o poeta já disse que só é terno
enquanto dura.
não durou.
paciência.
acabou.
mais um amor, que como o ano que passa,
se findou.
mei.