30 de julho de 2011

#copa2014

A copa do mundo é nossa, mas e o nosso país, é também?



até quando a nação brasileira vai permitir que 
a única maneira de esses meninos serem "alguém" na vida
 seja sendo jogador de futebol?



28 de julho de 2011

#in.memoriam

 (texto escrito inicialmente ao blog da Camila Paier)

Essa coluna semanal é sobre a Alemanha, mas como sou muito fã do trabalho da Amy Winehouse, não consigo pensar em mais nada para escrever hoje, portanto, farei um link entre os dois. Vou descrever como foi a repecussão da morte dela por aqui.

Os noticiários alemães estão bem mais focados em cobrir os acontecimentos na Noruega, por questões de política e segurança que se relacionam muito mais com a Alemanha, do que a morte da cantora. Mesmo assim o ocorrido em Londres foi também bastante comentado.

A maioria dos canais televisivos e revistas, de maneira geral, cobriu a morte dela como a imprensa brasileira. Um diferencial que percebi foi um artigo comentando sobre a luta da cantora contra a depressão e bulimia. No Brasil preferem atacar somente o uso das drogas.

ninguém queria olhar para a câmera

A revista Der Spiegel, uma das mais conceituadas da Alemanha e super conservadora também, praticamente uma VEJA, é a que traz mais artigos em seu site. Comentam toda a trajetória artística e pessoal de Amy, pontos altos e falhas, muitas fotos e, ao mesmo tempo que elevam sua imagem à diva, escrevem sobre a vida dividida entre os palcos e as drogas, de maneira bem taxativa pregam contra o uso de substâncias ilícitas.

A revista Focus, que tem a capa igual a Época, traz o título “Bem-vinda ao clube dos 27” em eu artigo principal, uma alusão aos outros famosos e conturbados artistas que morreram na idade dos 27 anos, como vocês com certeza já leram por aí. Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain e outros tantos. São infelizes coincidências da vida mas para estas pessoas em especial, como suas vidas não eram só mais uma entre as tantas entre a multidão, o foco no que faziam, produziam e consumiam é dado em lente de aumento.


A revista RollingStone versão alemã traz uma matéria interessantíssima sobre a “dança com o diabo” que era a vida pessoal de Amy com a imprensa. O artigo dizia coisas como querer sair do clichê e não se utilizar da morte dela para moralizar o discurso sobre drogas, mas que só pelo fato de estarem comentando sua morte já significava que estavam dentro do sistema que  justamente escreviam se opondo. Eles terminam o artigo dizendo o seguinte: “Não existe uma luta contra as drogas. É um jogo. Quando você para de vencer, ela ganha.”

Love is a losing game é um hino para mim. A voz da Amy me acompanhou durante tardes a fio no estágio. E agora sobramos nós com o curto legado da garota branca com voz de negra que falava com propriedade sobre as dores da mulher amargurada. E quem volta ao preto, ao luto, são os fãs como eu, que tinham a esperança de que a estrela de Amy voltasse ao colorido da vida sem abusos e sofrimentos. Mas o que podemos nós fazer pelos outros? E se ela quisesse mesmo morrer? Ou consumir drogas para aliviar um dor intensa na alma? Não de hoje que poetas, escritores e artístas em geral extravazam seus sentimentos no uso de substâncias “tóxicas”.

Se sua beleza e profundidade musical era dada sob esses efeitos, e se a vida dela assim teve que ser, que assim seja. Paremos de tentar encontrar respostas onde não há dúvidas. Só digo mais uma coisa: Espero que o céu seja open-bar!

27 de julho de 2011

#prosit

Trinken, saufen, zechen, verbos que significam a mesma coisa: beber! Êta hábito bem executado por esse povo alemão. Cervejarias centenárias, sucos frescos em garrafa, vinhos franceses, caipirinha do Brasil, água pura e límpida - da torneira. Não importa o que está no copo, o alemão bebe, e bebe muito!

Não custa muito comprar uma bebida aqui, seja alcoólica ou não. Toda refeição sempre tem como acompanhamento um vinho, suco, ou cerveja, as opções de escolha são muitas. Eu demorei bastante tempo até provar as mais consumidas. Só não tomo café e seus derivados, isso eu não faço, me desculpe, apesar do café ser apontado como a bebida mais consumida pelo povo alemão no ano de 2009, vencendo até mesmo da água e cerveja, no cálculo per capita (Dados da Agência Federal de Estatísticas (Destatis).

Então, começando pelas leves. Aqui se pode tomar água da torneira. O estado tem fama de possuir a água mais pura do país! Eu não sei qual é a fonte, se vem do derretimento da neve dos alpes ou lençol freático, só sei que é fresquinha, apesar de conter uma concentração alta de cálcio.

A maioria das minhas colegas tem sempre uma garrafa de 1,5 L de água com gás na sala de aula. Eles adoram bebidas gaseificadas. A predileta penso que é a Apfelschorle, que não se iguala a nada que eu já tenha provado no Brasil. É como se eles colocassem o gás do refrigerante na garrafa do suco de maçã.. na verdade é exatamente isso. É um refrigerante saudável, pois é verdadeiramente feito de maçã. Ainda falando em maçãs, existe uma bebida, tipo vinho, feita com maçãs especialmente produzidas para ela. Se chama Most, e a maçã tem gosto horrível, uma vez caminhando pessamos perto da plantação e colhemos duas (eu e o Walter) na hora da mordida, ui! Era azeda. Um menino que passava de bicicleta pela rua gritou "das ist Mostapfel, kann man nicht essen" (é maçã de Most, não se come!). Essa bebida é típica daqui da região.



Da maçã para a uva, um bom presente para dar se você for visitar um alemão  é o vinho. Dependendo da refeição, dos donos da casa, os vinhos franceses são a pedida certa, sempre. Os vinhos baratos aqui não dão ressaca no dia seguinte, ou deixam a boca da gente parecendo fãs de batom roxo (quem nunca bebeu um desses na vida?). Há também os chilenos e argentinos no mercado. No inverno se bebeu bastante quentão – Glühwein – vendia-se até mesmo em caixinhas, como as do leite, no mercado.

Agora, seja inverno ou verão, a bebida que deu fama à esse povo é a protagonista de todas as festas populares dessas terras germânicas. A cerveja, claro! São mais de 1200 cervejarias espalhadas pelos estados federativos, produzindo a dita para mais de 5 mil marcas. Uma compete com a outra pela qualidade e pureza. A pureza da cerveja é muito importante para as empresas alemãs. O duque Guilherme 4º, da Baviera, decretou em 1516 o conceito de pureza que vigora até hoje. Só é permitido o uso de quatro elementos para a fabricação da bebida: o malte, o lúpulo, a água e o fermento. Em outros países, como o Brasil, costuma-se complementar ou substituir parte dos ingredientes por certos cereais como amido,  arroz e ou até mesmo milho. Até porque deste modo a produção fica mais barata.

Segundo a mesma pesquisa que citei anteriormente, o alemão consumiu em média no ano de 2009 109 litros de cerveja por cabeça (ou fígado). Sério, você não consegue imaginar até entrar na parte de bebidas do mercado. É uma variedade absurda de marcas, cores e sabores de cerveja.

Tem uma muito popular entre as mulheres, por ser mais leve, chamade de Radler, ela é misturada com limão (mas o gosto é bom até). Descobri esses dias que na máquina automática de coca-cola do ginásio da faculdade vende esse tipo. Tirei até foto por não acreditar no que via!

Não se bebe como nós no Brasil, 3 garrafas para uma mesa de 5 pessoas. Aqui, cada um tem a sua garrafa, ou copo de 500 ml. SIM, meio litro de cerveja para cada pessoa. Parace exagero, mas não é (ou é e eu que já não encaro como um.). Se bebe devagar, conversando, a cerveja até esquenta um pouco, mas nada que estrague o sabor.

Eles adoram brindar bastante, é falta de respeito não olhar nos olhos de quem está tocando a garrafa na sua. E após brindar, se não beber é mais feio ainda! Alemães e suas tradições. Tenha certeza, fã ou não de cerveja, uma vez entando na Alemanha você também irá provar dessa bebida milenar. Não duvide disso.

Portanto, um brinde! que já estou ficando com sede.

24 de julho de 2011

R.I.P.

Você sabe que eu não sou boa 

(Poema dedicado à música “You Know I'm No Good” da Amy Winehouse)


Te encontrei lá embaixo no bar e ouvi
Você falando sobre coisas que nunca percebi antes.
Verdades ou mentiras que só a história revelaria
Minhas lágrimas secaram-se e eu me apaixonei.

Porque você é meu parceiro, meu cara.
Me entende quando nem eu sei o que quero dizer.
Confiei meu ser ao seu, sem querer saber do amanhã.

Eu me enganei.
Me enganei sobre você.
Cegamente levada pela emoção
Deixei de comandar meu navio pra virar tripulante
E agora vagamos pelo oceano sem rumo, sem mapa.

Lá em cima na cama, com meu ex-namorado
Eu tentei te ferir para ver se minha dor diminuiria
E para que você pudesse sentir o que eu sentia.
Quero te tirar da minha vida como se remove uma mancha na roupa.

Eu me enganei
Como eu sabia que me enganaria
Eu te disse que eu era problema
Você sabe que eu não sou boa



Descanse em paz mulher.
Somente os seus momentos brilhantes ficarão gravados em minha memória!

20 de julho de 2011

#ou-tem?

não existirá uma política descente enquanto a formação escolar for indescente.
todo apoio às greves de professores espalhadas pelo Brasil!

escola estadual denunciada na Bahia

17 de julho de 2011

#formou


Ontem fui prestigiar a formatura dos meus grandes amigos aqui de Weingarten.  Essa turma linda e animada aí da foto (os 5 da frente).  Bom, formatura não, que aqui não tem esse nome. Se chama “festa-pós-exames-finais”, mas vou usar a nossa palavra que é mais simples.

A cerimônia de formatura é muito diferente das que temos no Brasil. A começar pelo não uso de roupas especiais, ou nada que identifique os formandos. Perguntei se isso é assim só aqui ou por toda a Alemanha, me disseram que em poucos lugares, apenas nas maiores universidades do país, eles fazem cerimônias como aquelas de filmes norte-americanos, mas são poucas. Esse ano eles inovaram, por influência do meu amigo Felix, que teve a ideia de todos usarem um chapéu parecido com aqueles do filme do Harry Potter. Ainda no âmbito vestuário, o mais chique que vi foi um salto super alto de uma das formandas e um tubinho preto. A maioria vestia roupas normais, vindos do trabalho, ou com a maquiagem um pouco mais caprichada e acessórios brilhantes. Nada além disso. Sem aquele estresse de penteados melados com gel, vestidos caros e pés esmagados em sapatos finos e opressores!

Achei fantástico que tudo não durou mais de duas horas. O falatório foi mínimo. O pró-reitor falou, a reitora, quatro prêmios foram entregues - aos trabalhos finais com maiores notas-, o mestre de cerimônias era um dos formandos, teve a fala (hilária) do orador, que em seu discurso  lavou a alma por todos que estavam à beira da loucura devido aos exames finais e entre tudo isso deu tempo para intercalar apresentações de dança, piano, música e teatro, todas executadas pelos estudantes da faculdade. Os organizadores da noite foram também os próprios formandos, inclusive uma das meninas que mora no meu apartamento (aliás ela ganhou um daqueles prêmios que citei, pelo excelente trabalho final. Algo sobre a prática de esporte na escola). Eles não ganham o diploma na hora em cima do palco, como nós, se pega na secretaria, no mesmo dia, ou antes. Por isso a agilidade no processo.
Enquanto tudo acontecia as pessoas podiam se servir de pró-seco, suco, cerveja, tudo à vontade (bastava pagar, claro). Nada de bebidas alcoólicas probidas, e mais, quem vendia era o AsTa, a entidade representante dos estudantes, dentro da faculdade, diferente da nossa realidade nas universidades brasileiras, cuja venda de bebidas alcoólicas pelos DCEs se não acontece de forma ilegal, não acontece de jeito nenhum. Ao fim de tudo, um coquetel foi servido (de graça para a minha felicidade) à todos os presentes. Comi folhado e quase chorei, pois nunca encontro para comprar nas padarias (não se esqueça, eu sou gorda!). Tudo muito bom, música ao vivo, gente fotagrafando para todos os lados, ninguém chorando desesperada porque acabou o curso, fui então me informar sobre quanto custou à cada formando a tal festa e – pasmem – custou 3 euros. Vou repetir. Custou a quantia absurda de três euros para cada um ter o momento oficial de encerramento do magistério. Bom, também não teve baile depois, de ninguém. Cada um foi para casa, beber (com certeza) com amigos ou familiares.

Falando nisso, aqui em Bade-Württemberg estão todas as escolas de ensino superior especializadas em magistério na Alemanha. Elas não são  universidades, mas tem também a função de formar professores para as escolas do país inteiro. Eles se formam em três cursos ao mesmo tempo. Exemplo: matemática, religião e ed. Física, ou; artes, alemão e química. E poderão exercer a profissão das três matérias. Para formar-se basta passar com notas acima da médias nas provas finais, que são escritas e orais (tenso). Se você não atinge a nota necessária (o um aqui é o dez para nós no Brasil) tem apenas uma chance no semestre seguinte para refazer as provas. Se falhar novamente, deve escolher outro curso ou carreira para fazer (eu disse que era tenso).

Ao longo da noite eu fui relembrando da minha formatura, na UFSC (Federal de Santa Catarina). Lembrei de cada um dos meus colegas, dos professores, de tudo que passei no curso até chegar ao intercâmbio. Os alemães adoram tradições, festas centenárias, mas o fim do curso não é uma delas. Não sei se somos nós que exageramos e damos valor de mais à este momento ou se eles se importam de menos. Fica o questionamento no ar. Quanto à mim, estou refletindo agora se de fato aquela pompa toda foi necessária. Precisamos provar pra que, ou melhor, para quem, que somos capazes de concluir um curso superior? E você o que prefere, o jeito brasileiro de celebrar ou como os alemães? 

16 de julho de 2011

#é.o.Goethe!

Estava eu procurando um poema para trabalhar em meu projeto de mídias na aula de alemão, quando me deparo com Goethe e a seguinte estrofe:

Ich wollt´, ich wär´ ein Fisch /So hurtig und frisch;
Und kämst du zu angeln / Ich würde nicht mangeln.
Ich wollt´, ich wär´ ein Fisch / So hurtig und frisch.

(Traduzindo…)

Eu gostaria de ter sido um peixe / Tão rápido e ágil;
E você viria pescar / Eu não iria faltar.
Eu gostaria de ter sido um peixe / Tão rápido e ágil.

Me diz, o que te lembra essas palavras? FAGNER! Na lata! Minha concentração na aula depois desta descoberta foi toda para o beleléu. Eu só conseguia pensar :

“Quem dera ser um peixe / Para em teu límpido
Aquário mergulhar / Fazer borbulhas de amor
Prá te encantar / Passar a noite em claro
Dentro de ti...

Um peixe / Para enfeitar de corais
Tua cintura / Fazer silhuetas de amor
À luz da lua / Saciar esta loucura
Dentro de ti...”

Teria o tio Fagner se inspirado no velho Goethe? O contrário é que não foi, né?! Não é nem por falta de talento do artista cearense, mas os versos do poeta alemão foram escritos décadas e mais décadas antes.

É, a cultura perfura mesmo barreiras.


pelo visto, além de Goethe, Fagner também curtia um Che!


Se você se interessa em ler o poema na íntegra, se chama “Liebhaber in allen Gestalten”, não encontrei tradução no google. Já a música, chama-se “Borbulhas de amor”.

12 de julho de 2011

#tá.na.mesa.pessoal!

Se você aí que me lê é da geração TV Colosso, já pescou sobre o que é o post de hoje! Comida!! Preciso esclarecer que o alemão não vive só de  chucrute e batata, como todos pensam, mas pratos que envolvam esses dois são de fato bem típicos por aqui. Esses ingredientes são históricos na culinária germânica, nas épocas de guerra e entre elas, a batata, o pão, o chucrute (repolho fermentado em conserva) e a carne de porco, foram basicamente os únicos elementos presentes na alimentação desse povo, pois tinham fácil preparo e acesso. Mas hoje, depois de muita luta e trabalho, o tempo das vacas magras passou, e a culinária alemã é uma das mais tradicionais e famosas do mundo.

Viajando pelo sul da Alemanha, tomando café da manhã em hostels, padarias e compartilhando um apartamento com três alemãs, pude notar como o pão é um elemento fundamental no cotidiano dessa gente. As variadades pelo país chegam a 1200 tipos. Nos mercados a gente pode se servir sozinho dos pãezinhos que preferir. Para um turista ou estudante estrangeiro é um verdadeiro baque, mas logo nos acostumamos à tarefa árdua de ter que a cada dia experimentar um pãozinho novo. Até eu já me arrisquei na cozinha e fiz um pão de atum semana passada, influenciada pela mãe de um amigo que fez, e eu além de experimentar precisava pegar a receita, pois era muito gostoso. Ela me deu a lista dos ingredientes em um lindo envelope dizendo “leve a ideia consigo ao Brasil”. Com certeza, farei novamente.

Existe uma preferência nas padarias por pães e bolos doces, mas é um doce diferente do nosso, não tão açucarado. Há pães feitos com todos os ingredientes que você possa imaginar, e isso em padarias comuns e pequenas, como as daqui de Weingarten. Eu moro ao lado de uma, se chama “Frick”, o prédio onde moro é dessa família. A padaria tem “apenas” 180 anos de existência. As receitas foram passadas de geração para geração, dá até outro sabor à comida quando se come conhecendo a história de um local assim.


Mas claro que eles não comem pão seco, né minha gente! O pão é acompanhado de frios e geleias. Para quem gosta, existem infinidades de frutinhas silvestres que no Brasil não há, logo, infinitos sabores de geleia (essa nova ortografia tá de sacanagem né!?). Eu prefiro um acompanhamento salgado, que vai de um bom molho até as mortadelas italianas. Apesar de tudo ser muito fresco e saboroso, eu não consegui me habituar ao fato de que eles não almoçam como nós. Os cafés da manhã abastados dão a deixa para pequenos lanches ao longo do dia, e às dezoito horas a maioria das pessoas está em casa jantando. Desde os tempos de escola eles são programados com outros horários que nós, e isso segue ao longo da vida. Minhas colegas de casa vivem a me espiar na cozinha, pois eu almoço mais tardar às treze horas, todos os dias, e claro, elas sabem que a cada refeição algo bom surgirá.

Apesar da Alemanha ser um país perfeito para um vegetariano viver, pois os produtos bios e veggies tem um espaço enorme nos mercados e também entre os consumidores, dentro da Alemanha há também espaço para as salsicharias famosas. A salsicha, como uma vez contei à você, não é simplesmente como a nossa. São 1500 tipos diferentes. Dos mais variados sabores, para as mais diversas ocasiões. A carne de porco em geral, como disse no começo, é a preferência número um. E isso se nota nos pratos dos restaurantes ou mesmo no valor da carne no mercado. Não há açougue como os do Brasil. São espécies de lojas de carnes, cuja carne é em sua maioria de porco, vitela e frango. O alemão quando vai ao Brasil, fica além de encantado com as belezas naturais, espantado com o tanto de comida que consumimos e desperdiçamos.

Apesar de todas as diferenças que existem entre nós, não pense que nossa culinária está longe de ter sofrido influências germânicas. Você já comeu uma cuca? Sabe de onde vem esse nome? Bolo em alemão chama-se “Kuchen”, e é isso que uma cuca é, um bolo simples feito de massa de pão ou de bolo mesmo, cuja receita foi introduzida pelos imigrantes no século 19, em sua maioria no sul do Brasil. O repolho cozido acompanhado de joelho de porco também é bem apreciado em várias localidades brasileiras. Fora os prato típicos que se comem durante as festas de outubro no sul do país.

Aqui aprendi a fazer dois pratos conhecidos da região de Baden-Württemberg, onde vivo. O Käsespätzle que é acompanhado por cebola, bacon e queijo (um tipo de macarrão, tenho até o utensílio para fazer) e o Zwiebelkuchen que é um belo bolo de cebola (basta clicar nos nomes para gerar as respectivas imagens). Saber cozinhar não é apenas uma arte, é uma necessidade. Além de poder ser um momento desestressante durante o seu dia. (coloquei as receitas aqui no blog também , clique aqui )

Enfim, acho melhor terminar logo, antes que todos tenhamos o apetite alvoraçado!

7 de julho de 2011

#brincando-de-cozinhar

Aqui vão as receitas que comentei no post sobre comidas alemãs dessa semana, para o blog da @camilapaier

Bon appetit!


Zwiebelkuchen (bolo de cebola)


mestre cuca dando aula
Ingredientes  para a massa
400g de farinha
20g de fermento
250ml de água morna
1 colher ( chá) de sal
3 colheres (sopa) de óleo

Ingredientes para o recheio
800g de cebola
400g de bacon picadinho e defumado
250g de queijo (existe Gouda no Brasil? Eu nunca reparei.  Pode ser queijo normal, viu gente)

Ingredientes para o molho que dá a liga
200g  de creme de leite (espero que seja o equivalente ao que chamamos aqui de Sahne)
2 (s) gemas de ovo (mas eu uso os ovos inteiros que é pra não desperdiçar)
 Óleo e pimenta moída na hora (de preferência)

Preparação
Massa: Em uma tigela, misture tudo com as mãos, é bem pegajoso, parece que vai dar errado, mas depois de cinco minutos amassando, fica parecendo massa de pão normal. Deixe descansando e vá para a frigideira.
Recheio: Frite as cebolas  em rodelas e o bacon com óleo. Deixe esfriar.
Molho: Bata o creme de leite com as duas gemas de ovos (ou eles inteiros).
Pré-aquecer o forno à 150 graus.
Então abra bem a massa, para emcobrir todo a forma. Feito isso, distribua as cebolas e o bacon por tudo. Ao final, espalhe o por cima de tuuuuudo. Tempere com pimenta e sal se preferir.  

Aquecer à  200 graus. Asse por aproximadamente 30 minutos.
Rendimento: 6 porções

Käsespätzle (massa/macarrão  com queijo)

durante a preparação, aquela lambança...

Ingredientes para a massa
3 ovos
220g  de farinha de trigo
1/2 colher (chá) de sal
1 colher (sopa) de óleo
120ml de água

Ingredientes para o “recheio”
60ml de óleo
2 cebolas cortadas em rodelas
350g de queijo gruyere ralado ou queijo emmental (queijo ralado fresco, a marca que der pra comprar vai!)

Preparação:
Em uma tigela, misture tudo e faça uma massa homogênea. É bem líquida hein, não como a da receita anterior. Deixe-a descansar por 10 minutos.
 Enquanto isso, em uma frigideira esquente 60 ml de óleo em fogo médio. Frite as rodelas de cebola até dourarem. Pré-aqueça o forno a 150 ºC.
 Leve ao fogo uma panela com água e sal para ferver. Coloque 1/3 da massa em um modelador para spätzle ou coloque-a sobre uma peneira ou sobre um escorredor de macarrão que tenha furos de 4 mm de diâmetro***. Deixe que o spätzle passe por esses furos e caia na água fervendo. Quando o spätzle começar a boiar, tire-o da água com uma espumadeira e coloque-os em uma forma refratária de vidro. Cubra o spätzle com 1/3 da quantidade do queijo. Repita o processo, fazendo camadas com o spätzle e o queijo. Por cima da última camada, ponha a cebola frita.

 Leve o spätzle ao forno pré-aquecido, por 15 minutos, ou até que o queijo esteja completamente derretido.

**Esse detalhe é importante:  Você vai precisar de um modelador para spätzle, é tipo um raladorzão. Por isso mesmo, na falta, você pode usar um ralador grosso. Ponha o ralador sobre a panela com a água e distribua conchadas da massa sobre ele. A massa irá passar pelos buracos do ralador e cair na água quente.

Rendimento: suficiente para 4 pessoas.

E o mais legal, sirva com uma bela salada e agrade seus amiguinhos e amiguinhas vegetarianos!

5 de julho de 2011

#eterno-passageiro

1998 - minha 1ª comunhão
há 25 anos esse casal, no dia de hoje, celebrava na igreja sua comunhão de corpos e almas, na presença de amigos e familiares, muitos familiares. o dia era chuvoso e o noivo não aparecia. ela já achava que algo de pior tinha acontecido, pior do que ter sido abandonada no altar. eis que o comboio do norte do estado se faz presente e a cerimônia logo trata de acontecer. um boi inteiro foi preparado para marcar a festa em comemoração à união desses dois jovens namorados. 


há cinco anos eu escrevi a seguinte mensagem no meu (então badaladíssimo) fotolog:


"porque não há lugar como o lar.
  porque não há colo como o de mãe.
  porque não há presença como a do pai.
  porque a vida se vive é nas adiversidades.
  porque não há sentimento de segurança maior."


feliz aniversário de casamento, seu Ronaldo e dona Margarete.
que seja eterno enquanto dure. mesmo que o durar não seja até a morte.
que a superação de barreiras não seja o único elo que ligue a companhia de vocês.