6 de junho de 2010

#ociclosefechou


Ao terminar o ECaEL (Encontro Catarinense de Estudantes de Letras) , derramando uma lágrima no ônibus voltando para casa, um enorme sentimento de "dever cumprido" tomou conta de mim.
Apesar de ter muito pestanejado antes do Encontro, como eu havia falhado no exercício de encontrar quem me substituiria ao sair do Movimento de Letras, entendi que não existem substituições nesse time! O que consegui passar a diante passei. Minha parte eu fiz, pois creio que cada um contribui da sua forma para o coletivo se fortalecer. E assim, deixei minha marquinha em cada um que pelejou ao lado meu, tanto no Centro Acadêmico, no Diretório Central, quanto na Executiva Nacional de Letras.
Agora chegou a hora de ir à diante, conhecer novas fronteiras, logicamente, jamais deixando de lutar pelo que acredito... quando acredito. Nesse sentido, deixo aqui para você um trecho de um textinho do Pessoa, que de maneira muito mais elegante que eu, escreve sobre o se passa em minha alma neste exato momento.


Vale a pena conferir.


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

2 comentários:

  1. Amei isso...parece que foi pra mim! Li na hora certa...(4 da madruga) Nada é mesmo por acaso, né?

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  2. sou vidrado naquela arte da parede reiterosa

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