7 de agosto de 2011

#que-beleza

Eu já disse algumas vezes que moro no sul da Alemanha né? Precisamente no estado federativo de Baden-Württemberg. Pois bem, isso faz toda a diferença quando o assunto é moda. Gente, as pessoas se vestem de maneira extremamente peculiar aqui. Especialmente em Weingarten, cidade com pouco mais de 30 mil habitantes.

Com certeza você reconhece um turista alemão facilmente no Brasil. Roupas tom pastel, pochete, chapeuzinho e alguma sandália de caminhada. Se calhar, usando a sandália com meias!!! Aqui também há essa classe, mas ela não é a dominante. Não que eu esteja fazendo julgamento de valores, quer dizer, estou, não queria dizer na lata, mas as pessoas se vestem de forma tão confortável aqui que a gente até releva a feiura das roupas e conjuntos.

Eu não sou nenhuma Glorinha Kalil ou adjacentes, nem fashionista ou seja lá o termo das entendidas de moda, mas tem horas andando na rua que sou tomada por um sentimento de vergonha alheia fora de série.


O alemão daqui é bem parecido com aquelas pessoas de fotos dos anos oitenta sabe? Jaqueta jeans, calça alta (sempre), cortes de cabelo estilo “mulets” e tudo isso muitas vezes combinando um verde limão com pink, ou uma saia longa vermelha com blusa amarela. Uma graça de se ver passar. Mas é claro que essa escolha por cores berrantes tem um sentido muito especial. Foram anos de vida na miséria entre e durante guerras. O consumismo entrou por um lado e foi combatido por outro durante a separação entre Alemanha capitalista versus socialista. Por isso as pessoas falam através do que vestem. Das recatadas às extravagantes, passando pelas jecas. Não se importam como que você está pensando sobre a aparência delas. Boa parte das pessoas em geral aqui são assim, e isso é um ponto bem positivo. Ninguém é escaneado de ponta a ponta quando chega usando alguma combinação extravagante nos lugares. Ou muito menos julgado “mal vestido” nas festas e baladas.

Evidentemente que isso eu presencio na cidade pequena. Das vezes que fui à Munique (a cidade da Oktoberfest oficial), no estado vizinho, me senti até deslocada pela elegância em um ou dois lugares que frequentei. Mas acham que alguém notou ou me mandou algum olhar de julgamento? Necas de pitibiribas! Nada. Zero! Na minha cabeça a voz da minha avó dizendo “não acredito que saísse de casa com essa roupa” e ao meu redor gente querendo se divertir sem dar a mínima para o que os outros pensam sobre como eles se vestem.

Aqui, parece que quanto mais exêntrico melhor. Tenho certeza que isso ainda é reflexo do militarismo que fez o país ser apenas preto e branco durante anos. Por isso as pessoas mais velhas escolhem sempre um tom só de roupa, em contraste às mais novas.
Os jovens se vestem de forma bem parecida. Acho que todos saíram de um catálogo da H&M. Tem ainda a maneira diferente como os jovens turcos se vestem. As meninas pesam na maquiagem e penteados marcados pelo uso de laquê. Já os meninos parecem mini-mafiosos, para deixar bem claro a origem que têm.

É difícil em uma só vez falar sobre tantas vertentes diferentes de moda que há nesse país. Mas uma coisa é certa e precisa ser dita: o valor das roupas aqui é irrisório. Sim, existem as lojas de marcas famosas e caras, mas as de departamento fazem liquidações constantemente e é difícil conter-se diante das promoções. E apesar de baratas, as roupas são de qualidades boas até. Por isso você não dinstingue a profissão de alguém, nem o nível social através do que a pessoa está vestindo. E se isso não é fantástico, não sei o que mais pode ser!

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